quinta-feira, 17 de junho de 2010

Solidariedade (ética da cooperação)


A questão da solidariedade passa pela adoção de uma forma cooperativa de convivência e deriva da autonomia. O indivíduo autônomo é aquele capaz de conviver com diferentes pontos de vista existentes na sociedade e, mesmo assim, situarse de maneira consciente e independente nesse contexto, agindo de maneira a colaborar para o bem comum. Para compreender esse conceito é necessário que se esclareça a diferença daquilo que a teoria piagetiana denomina relação de coação e relação de cooperação.

Para estimular relações de cooperação é necessário que a educação se fundamente no cultivo do respeito mútuo, na liberdade de expressão de pontos de vista, na construção coletiva das regras e na escolha racional das próprias ações.

Dessa forma contribui-se para a formação de cidadãos que não se restrinjam a obedecer às regras e agir como a maioria, sem refletir criticamente sobre os próprios valores e atos e sobre
os do seu ambiente social, mas que se posicionem de maneira responsável frente às situações que desafiam sua capacidade de decisão.
A ética da solidariedade enfatiza o caráter comunitário e coletivo do processo educacional. A abertura das escolas aos finais de semana para receber pessoas da comunidade que irão participar de diversas atividades constitui-se, por si só, um exercício de democracia, de acolhimento das diferenças.

Um ambiente organizado nessas bases propicia aos jovens e demais participantes das oficinas a oportunidade de dizerem o que pensam sobre questões relacionadas ao seu cotidiano e de
receberem com flexibilidade as observações do grupo. Isso só é possível se ele sentir que é valorizado e respeitado como indivíduo, que a escola que se abre para recebê-lo é o local em
que a cooperação e o diálogo são utilizados como instrumentos da democracia.

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