quinta-feira, 17 de junho de 2010

Preservação do meio ambiente (patrimônio natural e construído)


O conceito de meio ambiente, durante muito tempo, esteve relacionado apenas ao que se convencionou chamar meio “natural”, ou seja, aos animais, plantas, mares e florestas,entre outros. Atualmente já se compreende que as áreas urbanas e os seres humanos também são integrantes do meio ambiente.
A concepção dicotômica entre ser humano e meio ambiente produz uma atitude de exploração dos recursos naturais com vistas à promoção do que se convencionou denominar desenvolvime-to .Os modelos científico e econômico preponderantes preconizam a dominação da natureza pelo homem e, ao longo da história, sedimentaram uma visão antropocêntrica da educação, ou seja, a idéia de que o homem deve dominar a natureza para libertar a si mesmo e para aprimorar a ciência e a técnica úteis à sua sobrevivência.
Nesse cenário, o ser humano é considerado o centro de tudo e todas as outras formas de vida existem em função dele, para possibilitar o aprimoramento da técnica e da ciência úteis à sua sobrevivência. Conforme o economista Henri Acselrad (2000), “a degradação do meio ambiente é, via de regra, um processo de destruição de modos de vida e do direito à diversidade cultural de relacionamento das comunidades com a natureza”. Essa degradação resulta da exploração indis-
criminada dos recursos decorrente do desenvolvimento industrial, mas também da ação violenta de indivíduos contra o patrimônio público natural e construído. Essa ação resulta, muitas vezes, do sentimento de estar excluído do acesso aos benefícios sociais.
A questão ambiental refere-se à maneira como se dá a relação entre a sociedade e a natureza em seu sentido mais amplo, o que inclui a relação entre os seres humanos. Uma ação educativa com foco na preservação ambiental é aquela que busca,mais que promover o uso racional dos recursos naturais, promover uma mudança de valores, uma visão mais solidária de mundo fundada numa forma responsável de interagir com todas as formas de vida existente a partir do
reconhecimento da interdependência que há entre elas. Como conseqüência, deixa-se de educar para a competitividade a partir da percepção de que todos somos frutos da natureza sobre a qual erigimos a sociedade e que abandonamos como recurso já explorado que deve se reconstituir sozinho, depois de conquistarmos o conforto da tecnologia que facilita nossos processos de comunicação e nossa sobrevivência.
Nesse modo de pensar a relação com o meio ambiente, promove-se a leitura crítica do contexto social que nos incentiva ao consumo abundante e inconseqüente, ao invés de nos estimular ao
cultivo de atitudes de reutilização, restauração e reciclagem dos bens que criamos a partir dos recursos naturais. Assim, o sentido da adoção desse princípio pelo Programa Escola Aberta reside nos seguintes aspectos:
1. A proposta do programa estabelece uma relação de pertencimento entre escola e comunidade, o que estimula uma atitude de cuidado em relação ao patrimônio coletivo que é o espaço físico da escola, reduzindo as atitudes de depredação.

2. As oficinas de formação inicial para o trabalho são excelentes oportunidades de discussão sobre como a ação profissional consciente pode evitar danos ao patrimônio natural e ao construído, colaborando para a preservação da qualidade de vida, uma vez que as condições do ambiente influenciam as condições de trabalho dos grupos humanos.

3. As demais oficinas também oferecem oportunidade para uma tomada de consciência da forma como se dá o relacionamento das pessoas entre si e com o ambiente.

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