quinta-feira, 17 de junho de 2010

Educação


O programa tem como aspectos preponderantes questões sociais. Entretanto, e até mesmo por isso, a intencionalidade educativa necessariamente está presente na proposta, pois não ruas e oferecer-lhes atividades variadas sem relacioná-las ao contexto sociopolítico e econômico em que eles se encontram e às situações concretas das experiências que eles vivenciam e sem promover uma reflexão sobre os valores que adotam.

Reduzir a educação à escolarização corresponde a ignorar que ela está presente nas expressões culturais e sociais dos grupos humanos.

As oficinas realizadas nas escolas podem pertencer a áreas diversas como cultura, artes, esporte, lazer, saúde, comunicação, informática, entre outras. Além disso, podem ter objetivos de formar para o trabalho, recrear e entreter, informar e ensinar. É inegável que ocupar os jovens com tais
atividades, evitando o ócio mal empregado, colabora para a redução da delinqüência juvenil.

Entretanto, realizá-las como meras atividades para preenchimento de tempo dos jovens é
perder uma grande oportunidade: a de intervir de maneira concreta na qualidade das reflexões e interações sociais das comunidades envolvidas, por meio da transformação dos hábitos de convivência.

Educar é uma ação muito mais abrangente do que ensinar, do que transmitir conhecimentos; envolve reflexão sobre os valores implícitos no conhecimento construído e nas atitudes adotadas.

Conforme a LDB, Art. 1º, “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.” Portanto, o Programa Escola Aberta, ao permitir à comunidade o acesso às dependências escolares para a realização de variadas atividades, busca aproximar as instâncias formadoras dos jovens,
contribuindo para a construção de vínculos que venham a se traduzir em participação na vida escolar diária, para além dos finais de semana.

Para a consecução dessa proposta, faz-se necessária a definição de princípios educativos norte-adores das escolha das oficinas e da abordagem dos seus conteúdos. Assim, as oficinas
serão, ao mesmo tempo, momentos propícios ao desenvolvimento de habilidades e oportunidades para reflexão, à luz da ética, sobre a diversidade de valores e comportamentos presentes nos grupos humanos.

Aqui é oportuno lembrar que o MEC já propôs a discussão dos temas transversais, todos de cunho ético-moral-valorativo.

A proposta pedagógica aqui colocada elege, dentre os temas, alguns princípios cujo sentido estão mais vinculados às características do programa.

Não se trata de impor às escolas e comunidades a definição das oficinas; elas devem ser fruto das necessidades e interesses das comunidades, com exceção daquelas oferecidas pelas equipes das secretarias de educação.

Também não se espera que os oficineiros tenham, necessariamente, uma postura de profissionais da educação; entretanto, como agentes formadores, orientados pelos coordenadores escolares e
temáticos, eles podem incluir os temas transversais em suas abordagens sempre que as carac-teristicas específicas das oficinas permitirem.

Além disso, é vital que coordenadores escolares e oficineiros, ao definirem as oficinas, planejem a
ação de forma a contemplar a intencionalidade educativa.

Dessa forma, se a comunidade solicita, por exemplo, oficina de uma dança regional cuja sensua-
sensualidade seja flagrante, pode-se aproveitar o momento para abordar temas como sexuali-
dade, respeito a si e ao outro, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, entre outros.

Estará contemplado, assim, o aspecto educativo presente em todas as atividades do programa.

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